Simbolismo brasileiro: Poema ARTE MALDITA, de Venceslau de Queirós
By rodrigo araujo - junho 25, 2014
Um poema de um dos precursores do simbolismo no Brasil: Venceslau de Queirós (1865-1921), paulista e também crítico de literatura e de arte (ainda desconhecido por nós).
ARTE MALDITA ( In: POESIA SIMBOLISTA: ANTOLOGIA, org. Péricles Ramos, 1965, p. 63).
Arte Maldita! Circe feiticeira!
Bebi também teu filtro de estramônio
Para sonhar a minha vida inteira
No meio deste humano pandemônio;
Para não ver, numa feliz cegueira,
da realidade o negro horror gorgônio,
fugindo assim à multidão rasteira
sobre as asas rebeldes do demônio...
Interpretando os simbolos eternos
Da natureza, encantos e pavores,
Gozo de quem percorre céus e infernos...
E vou cristalizando no meu verso
- No meu verso onde estalam tantas dores -
o sonho astral do coração perverso.
da realidade o negro horror gorgônio,
fugindo assim à multidão rasteira
sobre as asas rebeldes do demônio...
Interpretando os simbolos eternos
Da natureza, encantos e pavores,
Gozo de quem percorre céus e infernos...
E vou cristalizando no meu verso
- No meu verso onde estalam tantas dores -
o sonho astral do coração perverso.
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